março 17, 2004

Ler

Ler um livro é viver uma grande história de amor. Você convive dias (ou horas) com uma ou mais personagens, presencia os seus anseios, identifica-se com seus problemas, almeja suas alegrias, diverte-se com seu senso de humor, questiona sua chatice, chora por seus dramas e, muitas vezes, vê-se diante de um espelho. É uma relação profunda de entrega. Às vezes vicia e outras faz a relação ficar chata, monótona. Às vezes, desperta curiosidade e outras faz parecer apenas um dever, uma obrigação. Às vezes, faz você entrar em crise, ficar de mal. Então, a relação pode ser mais duradoura, porém, não muito freqüente. Mas sempre há um aprendizado.

Terminar de ler um livro nos remete a um imenso vazio. Depois de você se aprofundar na história e de sentir-se parte dela vem o momento da despedida. Você se sente como se houvessem mais aventuras a viver, mais o que aprender, rir e chorar. Sempre há. Vem aquela sensação de abandono, de solidão e de esperança, assim como os amores que chegam ao fim. E então, você corre atrás de outros amores, outros livros. E é tudo um círculo vicioso. E sempre há garantia de prazer, com mais ou menos intensidade. Fica a seu critério.

Ler um livro é tornar esse prazer eterno e ao seu alcance sempre. É eterno como os amores verdadeiros.

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