dezembro 10, 2008
tudo mentira.
a gente tem mania de enxergar só as partes boas e fica correndo atrás de desculpinhas cruelmente tendenciosas só pra não encarar ela, a verdade, de frente. mascara tudo, passa a borracha e segue a vida ignorando o fato de que essa mesma verdade voltará algum dia, talvez com mais força, talvez mais verdadeira, arrasando com aquela coisa customizada que a gente produziu só pra se sentir bem.
tudo verdade.
dezembro 01, 2008
estava vendo a minha mais nova série favorita, brothers and sisters, e, num insight, me veio tantas coisas que eu poderia externizar. bastaria me sentar em frente ao computador e dispensar tudo no meu teclado negro (que um dia minha mãe confundiu com um mouse, mas essa é uma outra história), e pronto. estaria resolvido. mas então, eu me coloco a perguntar os porquês julianísticos e deixo tudo passar, largo de mão, esqueço e prefiro ver tevê. eu não entendo. penso que entendo de mulheres, mas é tudo mentira. entendo nada. nada. nada.
estou apaixonada. sim, estou. talvez, esta nova sensação tenha me insentado da necessidade de compactuar com meus pensamentos. eles já não são primeiros termos. é, não são. até a estratégia de adormecer se transformou numa outra estratégia, embora às vezes eu ache que tudo isso está errado. cada vez que me aventuro num repensar de relação ou na olhadela infeliz pro lado de lá ou no telefonema que está demais ou de menos... não importa. não me entendo.
enfim, não acabei com isso aqui. e nem vou acabar. um dia ou outro, alguma visita isso aqui terá. talvez, a minha. talvez, a dela. e, arrependimentos, só dos que não escrevi.
julho 23, 2008
Meu Nome Próprio
detesto críticas. opiniões alheias. observações dispensáveis.
acontece que quando você produz algo, esse algo está sujeito a interpretações. o mundo está cheio de 'atitudes humanas mais antigas', mas ainda assim arrisco dizer que interpretar é um ato pioneiro. dar a explicação que bem entender a respeito de todos os assuntos e não se importar com a repercussão.
assim é a maioria das pessoas e, que novidade!, eu não me excluo. simples: toda arte existe para ser contestada e, a partir do momento que é lançada a olhares alheios, perde-se por completo o domínio do seu verdadeiro, ops novamente!, inicial valor.
esta introdução existe para dizer que ontem decidi me visitar. voltei ao passado responsável pelo esboço de quem sou hoje e o encarei de frente nas telonas. conferi o longa "Nome Próprio", de Murilo Salles, inspirado nas obras de Clarah Averbuck, cujas palavras, há uns cinco ou seis anos, germinaram a juliana de hoje.
não sou clarah, não sou camila, nunca fui e nem pretendo ser. ocorre que quando uma obra de arte faz sentido, você se vê dialogando com ela de forma natural. foi assim comigo. a autora, sua história e sua personagem me ensinaram a arrancar de mim a coragem de viver de forma idiossincrásica, como deveriam ser todas as vidas. não sei se hoje estas figuras teriam me resgatado, mas naquela época tudo fez sentido.
acredito ter pecado revelando-me uma fã. acho que a gente não deveria se colocar neste status diante de ninguém. obviamente não trata-se de inveja. é apenas uma conclusão de auxílio para ajudar as pessoas a continuar sendo tudo o que são. sem intervenções.
clarah, camila e o brazileira!preta foram fundamentais para que eu entendesse a razão de estar aqui hoje. e isso pra mim basta.
mas preciso dizer sobre o filme. o mesmo filme, o qual fui procurada, como leitora-fã de Clarah Averbuck, para complementar os estudos pré-filmagens. sabe-se lá se isso realmente aconteceu, mas necessito afirmar que a obra complementar é tão importante pra mim quanto deve ser para a própria Clarah. ela pode achar que não, mas suas palavras foram fundamentais para mim e as milhares de pessoas que as leram, a ponto de se transformarem em utilidade pública. isso deve ser doloroso, imagino. o ato de ser lido deve ser tão doloroso quanto o ato de escrever. Clarah sabe muito bem disso e não cabe a mim tentar justificar.
a questão é que a adaptação (e peço desculpas aqui pelo que escreverei se o termo adaptação por si só insenta todo e qualquer comentário que se faça sobre a obra original), não fez jus à camila que falava diretamente comigo aqui bem pertinho do meu ouvido. a camila da leandra é por demais lírica e, ao tentar resgatar todo o elenco de uma inexperiência nítida, acaba esquecendo-se de sua essência. okay, o lírica fica por minha conta. quem conhece a camila real sabe a que me refiro. a semelhança, talvez única, entre as duas é que ambas não fazem o menor esforço para serem queridinhas por quem as conhece. nisso, murilo acertou: a busca por algo incrivelmente intenso, tão intenso que até se duvida de que realmente exista.
por demais, sobram elementos como o próprio roteiro em si, fatalmente ultrapassado, uma vez que o universo dos blogues fora ligeiramente substituído pelo das comunidades onlines, que, por igual fatalidade temporal, será substituído por uma novidade contemporânea qualquer. fatores técnicos cinematográficos, embora não sejam de minha alçada, também merecem ser mencionados. falhas de edição e disparidades entre a fala e o áudio são facilmente encaradas como absurdos numa época em que processos como estes são amparados pelas melhores das tecnologias. pôde-se visualizar, por milésimos de segundos, um dedo na frente da câmera em uma das cenas. uma análise técnica mais profunda, não me caberia.
a única coisa que cabe agora é prosseguir de onde parei. é o que cabe a todo mundo.
de mim, um brinde às inúmeras camilas que tentam se resgatar cyberespaço afora.
junho 30, 2008
entro no msn e sou surpreendida pelos parágrafos que escrevo, na íntegra. eles aparecem seguidos de interrogações nas entrelinhas sobre o que significam. e então, eu rio. a complexidade do ser: questiono sobre o que ela não fala e ela me questiona sobre o que eu falo.
ao contrário dela, não consigo me insentar das explicações. ela torna a me questionar sobre o fato de que, se escrevo, é sobre mim e pode ser sobre ela. eu concordo. mas replico dizendo que escrever sobre mim é uma coisa, mas nem sempre significa que seja algo que eu sinta. talvez, seja apenas algo que eu pense. e ninguém é imune aos próprios pensamentos.
ela diz que entende. e eu finjo que acredito. baixo o meu olhar, ignorando o fato de que, algum dia, isso será tema de uma das nossas crises. talvez seja. e por conta da minha racionalidade extrema. neste final de semana, ela me ensinou que não é saudável deixar que as pessoas nos incomodem por qualquer assunto. perguntei a ela se certa coisa não a afetava e ela me explicou que permite afetações apenas sobre o que realmente importa. sorri por dentro.
naquele momento, entendi que ela não precisava falar muito porque a própria forma de ser já era o suficiente. algumas pessoas são assim. são o que são por natureza e não por teorias minuciosamente transcritas no bom português.
sugeri a ela que não tentasse me entender pelo que escrevo. definitivamente, não seria saudável. algumas pessoas precisam ter um certo discernimento quando decidem cavucar as outras por dentro. sinto que isso não a acalmou. vou publicar este texto e, novamente, ser acometida por interrogações camufladas sobre tudo que acabei de escrever. desta vez, está direto e objetivo. espero que minha racionalidade seja perdoada.
e espero, ainda, que ela entenda que eu a amo de todas as maneiras, independentemente do meu senso de observação.
Amigos visitantes, compartilho com vocês mais esta competente organização, administrada pelo ilustríssimo Sergio Simka, da qual participo com um artigo.
Aos que desejarem adquirir um exemplar, por favor, me contatem pelo jmarciano@terra.com.br. A contribuição consiste na simbólica taxa de R$ 15,00 + despesas de envio.
Corram enquanto há disponibilidade no estoque.
junho 24, 2008
junho 23, 2008
Por que as pessoas estão sempre à procura de um amor? E quando elas o tem, por que insistem em tornar as coisas tão complicadas, como se num pretexto para voltar à estaca zero?
Por que, se lemos um livro, a temática é amor? E se ouvimos uma música, idem? Por que, se pensamos em felicidade, nos remetemos à nossa cara metade? Mesmo sem ter a mínima idéia de quem seja ela. Por que, se mesmo tão presente, o amor é tão ausente?
É. Eu também não sei.
junho 03, 2008
alguém? pois bem, prosseguirei.
há duas semanas, estive num congresso de gestão de pessoas e passei dois dias ouvindo os especialistas ditarem as novidades sobre como ouvir, entender e valorizar o outro. de tudo, uma frase em meio a uma história pessoal de vida me chamou a atenção:
"os seus propósitos não estão de acordo com a pessoa que você é. ou você muda os propósitos, ou você muda você".
licencinha aqui pro pleonasmo, mas esta verdadeira verdade bateu de frente com os questionamentos que eu sequer estava conseguindo formular. afinal, quem sou eu e quais são os meus propósitos? acredito que as respostas para estas questões estejam diretamente ligadas à arte de saber lidar com o outro e consigo próprio e, se eu não sei quem eu sou e não sei exatamente o que quero, não posso esperar ter sucesso em me relacionar com alguém que não sei se está condizente com o que me trará satisfação na vida.
complexo, não? dependendo do grau da nossa sobjetividade, auto-controle e percepção, lançar uma teoria assim pode nem ser tão complicado, mas penso que atestar a sua eficiência, sendo eu quem sou e vivendo na sociedade em que vivo, é brincar de ser deus.
enquanto a sociedade segue em função de viver um dia após o outro, no chamado carpe diem, a psicologia espreme dos cérebros mais brilhantes os principais fatores do que nos leva a isso ou àquilo. e como é que nós, nascidos depois da década de 80, no tumulto da era da informação, e vivendo em meio à urgência dos acontecimentos, vamos nos dar conta de como todas estas questões elencadas à complexidade (além da nossa própria), da vida de todas as pessoas que nos rodeiam, desvendará o mistério de quem somos nós e de como viver em paz com nós mesmos?
se alguém souber como, sou toda olhares.
abril 23, 2008
Todos os dias da minha vida sou condicionada a acordar e seguir em frente, fazendo jus ao fatídico carpe diem. Mas como instinto a gente vive e não condiciona, há algum tempo tenho sido involuntariamente acometida pela arte do dar um tempo. Acredite, dar um tempo é um dom, portanto, arte. Você não aprende, simplesmente desenvolve.
Estou dando um tempo de quem desistiu de ser ajudado e guardando a dose de ajuda para a minha insanidade porque, convenhamos, insanidade coletiva dá choque. E, convenhamos novamente, dar choque é muito diferente de chocar quando buscamos as entrelinhas do entendimento.
Daniel Daibem vive dizendo que "o jazz é sempre a mesma coisa, mas nunca do mesmo jeito". Me aprofundei nessa prévia e decidi dar um tempo também de vagar por aí me condenando pela mesmice nossa de cada dia. Porque não é preciso ser poeta ou filósofo para entender que buscamos alternativas movidos pelo instinto, e que o novo nos aparece do nada e do tudo, por conseqüência.
Estou dando um tempo da euforia. De todas elas: desde esperar ansiosa pela hora do almoço até aguardar pela brecha de beijar aqueles lábios. Decidi levar a vida com calma porque tem gente que se incomoda com a intensidade de determinados sentimentos.
Tenho preferido não ser do contra com tanta freqüência e tenho dado um tempo de mostrar para as pessoas sempre os dois lados da moeda. Porque dar um tempo sempre é melhor e mais heróico do que desistir. Tomara que elas sejam sensíveis a isso.
março 24, 2008
março 14, 2008
está certo. não tem nada mais demodê que ficar citando caetano veloso em blogs, mas preciso começar este discurso com exatamente esta frase. aos que se incomodarem, o meu sincero 'sinto muito' e, aos que se apresentarem sensíveis aos dizeres universais, meus sensíveis cumprimentos.
acordei meio perceptiva hoje. poderia seguir os caminhos convencionais e ir atrás de um horóscopo qualquer. mas como não me considero uma pessoa de práticas e pensamentos convencionais, recorro aos meus próprios devaneios para, assim, tentar me entender. e tentar também não despensá-los em pessoas que possam por ventura não merecer os reflexos dos meus pensares impulsivos. sim, estou na TPM. e como é de costume nestes momentos, me permito certas práticas anti-juliana, incluindo a utilização deste espaço para momentos de 'meu querido diário'. estamos no segundo parágrafro. se está achando monótono demais, sugiro que pare sua leitura por aqui. isso não é um pedido de ajuda, pelo contrário, estou apenas liberando alguns... seja lá o que for isso. no fim, apenas eu me satisfarei, estamos entendidos?
ok, não estou dizendo nada com nada. veja o histórico dos meus escritos e os períodos com que eles tem aparecido e verficará que ultimamente não tenho tido muita coisa a dizer mesmo. acho que preciso de um momento comigo mesma ou acho que definitivamente eu não tenha nascido para socializar. ou pode ser o contrário: quando você socializa demais, acaba cometendo excesso e escassês, tudo ao mesmo tempo.
toda essa introdução foi pra dizer que isso aqui é uma libertação. menti o tempo todo dizendo que não era hipócrita. ouçam todos: MENTIRA! eu era hipócrita, sim. saía por aí aconselhando a torto e à direita, como se fosse um padre, uma psiquiatra e uma mãe-de-santo - tudo no mesmo corpo. não era nada disso. eram apenas as minhas convicções camufladas. sei que alguns sabem do que estou dizendo e são justamente para estes alguns que estou escrevendo. odeio a ausência de coletividade dentro do cenário coletivo, mas é assim que está funcionando. escrevo para mim e para alguns. devem ser as minhas referências literárias. estou em momento de rever valores e talvez inclua estes também, pode deixar. não sou mais hipócrita, lembra? portanto, se alguém decidir acordar e tirar o dia para me encher o saco, esqueça. vá atrás da grama do outro vizinho porque as minhas verdades não estão mais sendo pensadas. estão sendi ditas. isso mesmo, não tenho guardado muitos desaforos ultimamente.
ninguém entendeu nada, não é mesmo? não tem problema, estamos no mesmo barco. vou praticar ali minhas decisões sem pensar nos estragos e nos acertos. obrigada por chegar até aqui.