agosto 31, 2006

E Se...

(Andrea Teixeira Ladário)

E se o tempo voltasse
E me encontrasse
Entre as fragrâncias femininas
Que te enfeitiçaram
Pelos caminhos perdidos
Que cruzaram
Teus olhares
E se eu ali te segurasse
No conforto de um abraço
E entre os pares
Nos bailes da vida, mares
Dançasse contigo a Valsa
Naquela noite derradeira
Onde lançaste
Ao vento minha própria sorte?
E se o tempo avançasse
E soubesse
Que a dança daquela noite
Findaria
Sem conhecer a razão,
O instante, mas sendo certo
Calaria
A voz que lhe canta amores
E os laços que envolvem
De considerações e favores
O que faria?
Da minha vida sem a sua
Fosse morte?
E se o tempo parasse
hoje
E a única certeza fosse
Que nada mais mudaria
Daquilo que agora tem
Que do meu amor que recebe
Manso, doce
Nenhuma fome mataria
Nem doença afetaria
Nem sombra...
Nem infortúnio...
Nem desgraça...
nem ninguém?

agosto 20, 2006

Primavera dos Livros

E então, como num susto e meio que de súbito, chegou a Primavera. Em 2006, mais cedo, no mês de agosto. Aconteceu aonde deveria (e irá, espero!) acontecer todos os anos, no Centro Cultural Vergueiro. Falo, claro, da Primavera dos Livros.

Teve programação boa,viu? Na verdade, ainda hoje, coisas interessantes acontecerão por lá. Vale a pena.

Saí com coisas bacanas. E saí antes que meus impulsos literários falassem mais alto que os financeiros. Trouxe na mochila poesias maravilhosas de Leminski em O Ex-Estranho – preciosidades organizadas por Alice Ruiz e Áurea Leminski, e publicadas pela Editora Iluminuras, em sua Coleção Catatau de 1996.

Muito inspirada, trouxe pra casa também o meu Angu de Sangue, autografado com muita simpatia pelo ilustríssimo Marcelino Freire, após leituras deliciosas de Manuel Bandeira e contos próprios.

Amparada pelo meu instinto “nasci-na-época-errada”, trouxe também uma obra muito interessante sobre o movimento estudantil paulista na década de 70 – o Cale-se, de Caio Túlio Costa. Este, tenho certeza, me inspirará e muito em futuras idéias. Na verdade, já me inspirou. Junto com ele veio um pôster (adquirido separadamente), com o Manifesto do Partido Comunista – 1848 – 1998. Fascinante!

Para concluir, não resisti e botei na mochila o livro Arc, o Marciano – As aventuras do tresolhudo publicadas na revista Veja. São publicações de 1999 a 2003. Com esse título, não resisti.

É isso aí. A Primavera voltou a ser realizada no Centro Cultural Vergueiro, a ter o seu público velho de guerra, atrações pra lá de interessantes e a oferecer uma diversidade incrível de livros com preços bem acessíveis. Confira mais no www.primaveradoslivros.com.br.
“Eu escrevo pra me vingar”

“Eu escrevo SOB violência”

Marcelino Freire – Primavera dos Livros 2006

agosto 17, 2006

De férias há três semanas, período em que, de casa, não consegui acessar o Proseando. Angustiante. É como se você tivesse uma casa sua, quitada, e nela não pudesse entrar por algum motivo banal. Eu disse banal? E bota banal nisso! Estou falando de três semanas e não consegui entrar na minha casa simplesmente porque botei três intrusos “dáblius” no endereço do meu blogue. Fui lá, botei e salvei como página inicial. Não dava erro. Ficava o endereço no browser e uma página cor de gelo. Aquela cor não era branca. E eu aqui, testando minha calma com essa tal de informática. Vai ver mexeram na configuração do meu PC e eu não percebi, pensei. Ou então, deixe o PC com seu temperamento difícil. É só não ligar que ele volta ao normal, refleti fingindo não dar bola. Pois bem. Três semanas depois eu resolvo olhar no navegador e eis que as belezinhas dos “dáblius” estão lá, empacando a minha entrada. E quando eu falo que não gosto de inquilino, todo mundo diz que é perseguição...