dezembro 24, 2004

Natal é Tempo

Luzes iluminando nossas vidas. Muitas pessoas nas ruas. Crianças correndo. Pessoas rindo. Uns entregando presentes. Outros ganhando. Alguns sonhando. Um cheiro diferente no ar. É NATAL!

NATAL é tempo de balanço: quantas vezes rimos, quantas vezes choramos, os amigos que perdemos, aqueles que ganhamos, as metas que não conseguimos alcançar, quantos quilos engordamos, quantas loucuras cometemos, quantas vezes nos lamentamos, quanto gastamos com coisas fúteis, quantas vezes deixamos de ser úteis.

NATAL é tempo de reflexão: de pensar naquele que está ao nosso lado e naquele que não está mais. De esquecer as desavenças, de encontrar a paz. De buscar no fundo do coração um sentimento que não precisa ser expresso em palavras, apenas com o olhar. Olhar de Feliz Natal. É o tempo certo de esquecer as desavenças para sempre. É o tempo preciso para pensar na miséria. É o tempo que não encontramos durante o ano inteiro para PENSAR o bem, DESEJAR o bem, PRATICAR o bem.

NATAL é tempo de conscientização: de entender que a perfeição é do tamanho da pretensão que cada um tem de ser perfeito. De aceitar que o belo não é um conceito padrão, mas sim que se encaixa à essência de cada pessoa. De compreender que a individualidade às vezes é necessária, mas que só a união faz a força. De afirmar que o único caminho para o sucesso é o foco nos objetivos, buscando sempre pensamentos positivos.

NATAL é tempo de mudança: de descobrir o que falta para sermos pessoas melhores. De entender que o mundo precisa ser diferente e que cada um PODE dar a sua contribuição para isso. É tempo de entender que a opinião alheia é importante sim e aceitá-la faz da gente pessoas menos egoístas. É tempo de crescer, de amadurecer.

De todos os tempos, NATAL é o tempo que Deus nos deu de presente para sermos filhos melhores, amigos melhores, pais melhores, PESSOAS melhores. É o tempo que Deus escolheu para nascer em nossos corações e nos fazer REFLETIR, CONSICIENTIZAR e MUDAR.

Que neste Natal, Deus nasça mais uma vez no seu coração e faça de você uma pessoa AINDA MELHOR.

FELIZ NASCIMENTO!

FELIZ NATAL!

dezembro 13, 2004

???

Uma das grandes frustrações com a geração a qual pertenço é justamente a ausência de argumentos construtivos para se fazer uma revolução, não para mudar o mundo, mas para fazer a diferença nele. Seja qual for o objetivo de fazer a diferença no mundo, no seu trabalho, na faculdade, em qualquer lugar, esse objetivo deve vir amparado pelo respeito às classes sociais, às essências sexuais, às diversidades raciais e também às diferenças de opiniões.

A verdade é que ninguém está de fato preocupado com isso. Talvez, nem mesma eu esteja. As pessoas não estão preocupadas em ser diferentes ou em fazer a diferença. Todo mundo pensa igual, como se a razão tivesse sido padronizada, restrita a um singelo pensamento coletivo: vamos seguir o fluxo que a sobrevivência vem por conseqüência. É isso, a preocupação deve ser com a morte e não com a vida.

Esse fulano aí do seu lado provavelmente não esteja vivo. Essa que vos escreve pode estar proferindo essas palavras do além. Do além da indignação humana. Do além da impossibilidade de compreensão. Do além das nossas dúvidas remetidas à miséria da condição humana. Há tanta coisa pra se lamentar. Pra duvidar. Pra conspirar. Quem está preocupado com o respeito?

Quem aqui se reconhece humano o suficiente para proliferar o perdão? Quem aqui se reconhece puro suficiente para chorar? Não existem lágrimas. Não há sorrisos. O ar que respiramos chama-se melancolia e a vida que bate em nossos corações está isenta de qualquer significado. O desrespeito nos governa.

A vida que se finge viva nos apodrece diariamente. Minuto a minuto. O amor é inatingível e a solidão não está só. Está acompanhada pelo desespero de abrir os olhos e entoar a voz. Estamos todos mortos pelo desrespeito. E a minha última palavra é BASTA.

dezembro 08, 2004

Depois do Perigo

(Lucina e Zélia Duncan)

Não, não me aqueça
Hoje eu quero o frio
O vazio
Que a sorte deixou aqui
Quero sentir a altura do abismo
Pra eu poder subir depois do perigo
Não, não me acalme com silabas doces
Hoje eu quero o açoite das palavras rudes
Pra que eu possa me defender em atitudes
Não, por favor hoje não me proteja
Para que eu finalmente veja
O que a vida reservou pra mim
Quero sentir a altura do abismo
Pra eu poder subir depois do perigo