abril 18, 2007

então. quando a minha vida cansa de ser mansa e minha trilha sonora cansa de ser comportada, a raíz da essência dá o ar da graça e de repente tudo continua fazendo sentido aqui dentro.

pareço lispectoriana, mas na verdade estou é psicodélica. fazer o quê? a gente fica assim quando nasce nos anos 80 e perde a fase hippie do mundo. depois a fase yuppie. e depois, oh, a fase mutantes.

aí a zelinha aparece e faz o velho ser novo de novo, assim, como mágica.

e quando, mutante, a gente volta do show dos mutantes, fica assim, ó:

“meu sangue é de gasolina
correndo não tenho mágoa
meu peito é de sal de fruta
fervendo no copo d'água.”

abril 03, 2007

Cíntia Moscovich? Minha ídala. Não é porque foi mencionada pela Marcia Tiburi, não. Sei dela de tempos, ó! Desde o "Duas Iguais". Mas digo o que digo por isso aqui, a respeito dos "Amores Expressos". Toma:

"(...) E vamos acabar com isso que literatura é a mais barata das formas de expressão, que caneta e papel é tudo o que basta, como diria o Jerônimo Teixeira na matéria da Veja que acaba de chegar. O sujeito que escreve demora um tempão escrevendo com caneta e papel. E tempo é dinheiro. Literatura não é baratinho, não senhor. Dá úlcera e depressão (custa remédios). E custa um tempo enorme de reflexão e de refazer tudo de novo. Mesmo que alguns jornalistas digam que é balela e que escrevam no rabo das horas sobradas da redação, a realidade não é bem assim. Literatura se faz queimando pestana em cima do texto. Não é com qualquer cartão de crédito que se compra dedicação deste tamanho.Na próxima, me convidem. Não esqueçam."

abril 02, 2007

estou aqui tentando ser mais séria, mas está difícil.

posso ser séria, desde que meus cabelos continuem vernelhos.
desde que eu possa exibir minha tatuagem.
e desde que eu possa calçar meu all star.

posso ser séria, desde que eu possa continuar fazendo as pessoas rirem
do que elas consideram sério.
desde que eu possa conversar com meus cachorros
e desenhar carinhas engraçadas com mostarda e catchup.

posso ser séria, desde que eu possa assistir ao super pop
e ao tv fama, ao invés do jornal nacional.
desde que possa brincar no chão com o vitinho
e colecionar brinquedinhos do mc lanche feliz.

sei que posso ser séria, desde que não me coloquem para falar inglês com um alemão
e desde que eu não precise dar maiores explicações sobre meu sobrenome.
desde que eu não tenha que negociar valores
e, sério,
desde que eu não tenha que passar por uma crise numa sala de reunião.

posso muito bem ser séria, desde que eu não tenha que conter meu riso
nas situações que, para mim, forem naturais.
porque a seriedade nada mais é do que uma certa presença de espírito -
e se ela não atinge a alma é sinal de que permeamos a felicidade.