fevereiro 26, 2004

Como se fosse ontem

O tempo passa, hem? E de pensar que, como se fosse ontem, estávamos nós lá, brincando na rua, jogando queimada, tentando me ensinar a andar de patins (lembra?), cantando a "Pinta da Angélica", dançando a quadrilha, fazendo nosso baile de Carnaval com a rua interditada, com os confetes e serpentinas que seu pai trazia para nós, tramando a nossa festa do Dia das Bruxas lá na minha casa, onde ficava a mesa de ping-pong e, lá mesmo, em cima da mesa, num dia como esse, fazendo bolo. Sim, cada uma contribuía com um ingrediente e, na hora da "dedada", não tinha cerimônia. Uns cinco ou seis dedos dentro da vasinha e, se uma espertinha ousasse repetir, lá ia todo mundo de novo.

Depois, a odisséia para ver qual mãe assaria o bolo. Quantas vezes andamos com a vasilha coberta por um guardanapo na rua, perguntando para sua mãe, para a minha, a Bete, a Clarinda... Lembra? Era uma festa. Na verdade, o início da festa porque à noite tinha festa de verdade. Ao som de Ilariê, Quem quer Pão, Vamos Brincar de Índio e outras que não me recordo, a garotada toda pulava e dançava, parava um pouco para ver a Xuxa desfilar na TV, e, em seguida, saboreava o maravilhoso Bolo da Carmelita. Que bolo!

Dias como esse, Ju, para mim e para você são especiais. Pelas lembranças, pelas alegrias e pelos perdões. Lembra daquele dia que você me surpreendeu numa bela tarde com uma Cesta de Chá da Tarde? Nem lembro há quanto tempo não nos falávamos. Nem mesmo o motivo. Será que foi a vez do tubarão?

"Tubarão é preto ou azul?", você perguntou na aula de Biologia da professora Luciana.

"Ai, burra, é preto, né?", respondi como se fosse uma especialista em tubarões.

De repente, você pegou minhas coisas que estavam com você, jogou no chão e disse para eu nunca mais lhe dirigir a palavra. Assim, sem ninguém entender nada, como tinha de ser, ficamos um bom tempo sem nos falar. Nós, que éramos tão grudadas, unha e carne. Uma morria de vontade de falar com a outra, mas qualquer coisa impedia. Como não tenho muita noção de tempo, não sei exatamente se isso durou semanas ou meses, acho que você também não sabe. Mas acabou naquela tarde, quando você resolveu engolir o orgulho e "quebrar as minhas pernas". Foi complicado dar aquele telefonema de agradecimento, mas foi um dos melhores telefonemas que já dei em minha vida, o meu melhor orgulho engolido.

Hoje, cada uma com a sua vida, seus amores, seus problemas, seus objetivos, ainda fazemos desta amizade algo importante. Eu aqui, com meu jeitinho calmo de ser, e você aí, doidinha como sempre (e noiva???). E, num trio super bacana, você, a Loiríssima e eu faremos de nossas boas lembranças algo sempre presente em nossas vidas, não importa o tempo ou a distância que nos separe. Tudo sempre acabará em ótimas gargalhadas.

A você, Ju Magra, Ju Silveira, Ju da Carmelita, Ju Vassoura (com todo o respeito), meus sinceros e calorosos PARABÉNS!!!!

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