junho 03, 2008

durante um tempo, a objetividade no ser e agir tomavam conta dos meus passos. então, os sinais vinham de toda parte para me alertar da necessidade de afrouxar, desacelerar, pegar mais leve, ser flexível e deixar-se levar pela sensibilidade despretensiosa (?) de seguir vivendo. a gente tem mania de achar fácil olhar a receita e tentar fazer igual. mas ninguém aparece para avisar que o igual não existe e, quando nos damos conta, ou desistimos ou seguimos em frente. em determinados momentos, os anseios ficam tão incontroláveis que a gente até chega a achar que está entendendo o outro. então, naquela piscada de olho mais lenta, nos damos conta de que estamos mal entendidos com nós mesmos. se tem alguém aí especialista em lidar com gente, mande-me um sinal de vida imediatamente.

alguém? pois bem, prosseguirei.

há duas semanas, estive num congresso de gestão de pessoas e passei dois dias ouvindo os especialistas ditarem as novidades sobre como ouvir, entender e valorizar o outro. de tudo, uma frase em meio a uma história pessoal de vida me chamou a atenção:

"os seus propósitos não estão de acordo com a pessoa que você é. ou você muda os propósitos, ou você muda você".

licencinha aqui pro pleonasmo, mas esta verdadeira verdade bateu de frente com os questionamentos que eu sequer estava conseguindo formular. afinal, quem sou eu e quais são os meus propósitos? acredito que as respostas para estas questões estejam diretamente ligadas à arte de saber lidar com o outro e consigo próprio e, se eu não sei quem eu sou e não sei exatamente o que quero, não posso esperar ter sucesso em me relacionar com alguém que não sei se está condizente com o que me trará satisfação na vida.

complexo, não? dependendo do grau da nossa sobjetividade, auto-controle e percepção, lançar uma teoria assim pode nem ser tão complicado, mas penso que atestar a sua eficiência, sendo eu quem sou e vivendo na sociedade em que vivo, é brincar de ser deus.

enquanto a sociedade segue em função de viver um dia após o outro, no chamado carpe diem, a psicologia espreme dos cérebros mais brilhantes os principais fatores do que nos leva a isso ou àquilo. e como é que nós, nascidos depois da década de 80, no tumulto da era da informação, e vivendo em meio à urgência dos acontecimentos, vamos nos dar conta de como todas estas questões elencadas à complexidade (além da nossa própria), da vida de todas as pessoas que nos rodeiam, desvendará o mistério de quem somos nós e de como viver em paz com nós mesmos?

se alguém souber como, sou toda olhares.

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