agosto 03, 2004

Criticando a Crítica

Em épocas como a nossa, com toda uma expansão tecnológica, uma diversidade cultural cada vez mais em evidência, com uma forma de pensamento muito diferenciada do convencional, do clássico, do politicamente correto, surgem conceitos no mínimo interessantes sobre a forma de se ver a vida e, sobretudo, sobre a forma do gostar e não gostar, do aceitar e não aceitar, do querer e do não querer, do ser e do não ser.

As pessoas tornam-se críticas umas das outras sem ao menos entenderem o verdadeiro significado de ser crítico. Mas isso é bom? Não, senhoras e senhores. Definitivamente, não é. Hoje em dia, fala-se muito e desconhece-se este muito de que se fala. Não existe relação entre a crítica e o assunto criticado e, por mais que esta minha idéia se designe a uma visão unilateral, insisto em dizer que não é.

O que é muito comum hoje em dia é ver a crítica tecida afastar o crítico do assunto principal e aproximá-lo da sua essência. Conseqüentemente, descobrimos uma sociedade fútil, superficial. Vivemos num mundo de plástico. E se você não está captando esta minha mensagem, tenho algumas dicas que facilitará a sua compreensão: acesse alguma comunidade do tão falado Orkut, dê uma navegada em alguns muitos blogues por aí, leia aqueles e-mails que circulam por nossas caixas-postais em formato de correntes, ouça um pouco a conversa do fulano de trás no coletivo, assista um capítulo de uma novela qualquer.

Não adianta, não há como fugir. Críticas superficiais já fazem parte da nossa cultura e caminhamos cada vez mais para dentro dessa cultura imprópria. Estamos nos afogando em detalhes sórdidos. Alguém precisa resgatar certos valores, certos comportamentos. Aceitar o novo, mas não ignorar o velho, manja? Aprender com o velho. Aprimorar o velho. Precisamos colocar propriedade em nossos argumentos. Precisamos merecer ser ouvidos. Senão, os nossos gritos serão em vão. A nossa juventude não vai ficar como ficou as juventudes passadas. Não seremos lembrados por bons motivos, por grandes feitos. Precisamos intelectualizar os nossos jovens. Alguém aí me ouve? Façam eco deste meu lamento.

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