maio 17, 2004

Notas

O frio resolveu aparecer aqui na Metrópole Desvairada. Não que isso seja um grande problema para os paulistanos. Muito menos para aqueles que passam 80% do dia dentro de um escritório, geralmente na parte mais alta de algum edifício, onde a vista para o lado externo dá a impressão de que é sempre noite e, claro, o ar condicionado na temperatura dos 18 graus suportáveis.

Não é nada incomum você sair na rua em plena manhã de verão e flagrar pessoas com blusas de frio entre seus pertences e, lógico, um guarda-chuva. Porque assim como o trânsito, nessa cidade o tempo também é imprevisível. Mas desta vez a culpa não é da imprevisão. E nem mesmo estamos no verão. Ouvi dizer que é reflexo do tal ciclone que apareceu lá pelas bandas do sul do país. Para pessoas como eu, que curtem um friozinho na espinha, é maravilhoso. Mas, para aquelas que fazem jus às belas praias do Brasilzão e, claro, do astro-rei brilhando lindão lá em cima, vou te contar. Deve ser um martírio. Mas o bom de tudo mesmo é que vivemos num país tropical e que o clima agrada igualmente a todos, não é verdade?


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Três comadres resolvem sair de casa na tarde de um domingo qualquer com destino ao teatro. Em decorrência da super lotação não prevista, os planos passam por uma pequena adaptação e o destino as levam a uma mega exposição fotográfica. De repente, as três, que não entendem nadinha de fotografia (uma delas tem dificuldade até de se auto-reconhecer num retrato), se vêem nas principais ruas de Sampa em pleno século XIX. Sob a vertente iconográfica introduzida pela ótica de grandes fotógrafos, elas realizam um passeio por São Paulo desde a época em que era um tímido vilarejo, captando cada aspecto que fez da Terra da Garoa uma grande metrópole. Cada fator determinante para o crescimento populacional de São Paulo e sua evolução do ponto de vista moderno e social deixou as garotas de queixo caído. De queixo mais caído ficaram, quando saíram daquele universo do tempo dos seus avôs, provavelmente, e se depararam com a Avenida Paulista linda e acolhedora como sempre. Mas vazia, não se esqueçam disso. Era um domingo. Como acabou? Num bar ali perto, num longo bate-papo de comadres, regado a chopp e chocolate quente porque, afinal, os corações ali eram paulistanos. Se você ficou com vontade, as três recomendam: São Paulo, 450 anos - A imagem e a memória da cidade no acervo do Instituto Moreira Sales. (Galeria de Arte do Sesi - Av. Paulista, 1.313 - São Paulo - SP).


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Se você acha que isso aqui está parado demais para o seu gosto, a alma do outro lado do seu monitor, a milhões e milhões de giga bytes luz, adverte: tenha paciência e muita fé, pois uma hora ela conseguirá ter o mínimo de organização possível e pelo menos dar a impressão de que as coisas estão caminhando no ritmo recomendável. Vejam bem: ela disse "recomendável".

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