setembro 13, 2004

"Você é o amigo impecável a quem eu respondia que tudo ia mal, que tudo se tornara opaco. Enquanto os demais se calavam ou riam de mim, afastavam-se, deixavam de telefonar, você permaneceu firme no seu afeto por mim, dividindo comigo o estranho segredo de uma relação que cada um condenava -- inclusive você -- mesmo continuando a receber as informações berrantes. Foi mais do que uma presença, algo que permitiu estabelecer a ponte entre as minhas palavras e o indizível, entre a minha loucura e o resto do mundo que estava ali, a me olhar... Vivo, respiro, você está ao meu lado neste infinito de neve. Como lhe exprimir isso? Um dia, escreverei para você, para que saiba o quanto nada é inútil... Que os corredores escondidos onde se passam os amores e se estreitam as amizades levam necessariamente à luz, a fim de que cada um possa reconhecer a elegância dos que souberam, em silêncio, escutar."

em O Próximo Amor, de Yves Simon

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