junho 25, 2007

Os bons morrem cedo

Os bons morrem cedo. Foi assim com Cazuza e Renato Russo. Foi assim com Elis Regina, e Ayton Senna também entra na lista. Nara Leão, justiça seja feita, não poderia faltar. A lista é extensa, a ponto da minha memória não suportar todas as lembranças e tornar as injustiças incalculáveis. O que me causa menos martírio é o fato destas grandes figuras ter ido cada uma ao seu próprio tempo, deixando frutos suficientes para torná-las lembráveis por muitas gerações que ainda estão por vir.

Mas não tenho tanta certeza se este pensamento se encaixa a um time que, dentre tanta gente igualmente importante e talentosa, destacam-se Arthur Dapieve, Carla Rodrigues, Paulo Roberto Pires, Sergio Rodrigues, Tutty Vasques e Zuenir Ventura. Explico: se estão partindo desta para uma melhor, duvido! Ainda continuam no plano terreno, mas em momento de pré-sepultamento do NoMínimo, triste notícia que me pegou de surpresa neste início de segunda-feira.

O NoMínimo existe desde 2000, dando continuidade ao finado No que também se extinguiu. Trata-se da revista eletrônica de melhor qualidade na Internet Brasileira, que reúne um refinado time da velha (e em forma) guarda jornalística, sem economia de intelegência, bom senso e, claro, o tempero que não pode faltar aos brasileiros: humor. Quem busca na filosofia e na psicanálise explicações para o caos moderno, lamento dizer, mas está indo ao lugar errado. Os verdadeiros pensadores, como oráculos, revelam tudo o que é preciso saber por meio de um charmoso endereço de website. Mas isso somente até o próximo sábado.

Como toda instituição que depende de patrocínio um dia se vai, não poderia ser diferente com o NoMínimo. Uma pena para quem sempre buscou jornalismo sério, sem jabá, sem censura, sem unilateralidade.

Uma homenagem quase póstuma do Proseando à melhor revista eletrônica brasileira.

Tem deus que não sabe o que faz.

Um comentário:

Karina disse...

Eu também senti muito o fim do NoMínimo. Adorava passear por ele e 'sapiar' os textos. Que bom que alguns articulistas continuam mantendo blogs pessoais.