julho 13, 2004

O encontro marcado

Melancolia. Deve ser porque acabei de ler mais um livro. Talvez o melhor que tenha lido até hoje. Aquele que condiz com as incertezas humanas, que oferece familiaridade com nossos conflitos, que aplica justificativas para o que você queira justificar. Devo estar sendo exagerada como sempre, mas talvez a história de Eduardo Marciano seja a minha biografia, a sua e a desse infeliz aí do seu lado.

O livro partiu das melhores indicações que eu poderia receber - Olá, tudo bem? Conheci você por meio do fulano de tal, do blogue tal, do texto tal. Parabéns! - geralmente, minhas palavras são bem mais entusiastas, mais sensíveis e geram um efeito muito mais verdadeiro, como de fato o é pra ser. E o retorno também é produzido por efeito semelhante. Às vezes, nem pelas minhas palavras, mas por ele mesmo, o sobrenome - Oi, Juliana! Obrigada pelas palavras et cetera e tal. Marciano é o nome do personagem que mais gosto do Sabino. Você já o leu? Se ainda não, vale a pena.

Marciano. Eduardo Marciano. Dúvida-procura-busca-encontro. O encontro Marcado. Até a quinta recomendação eu ainda não havia lido, mesmo tendo decidido ler na primeira, aliás, recomendação gerada por uma paixão. Fazia tempo que não via alguém tão empolgada com um escritor. E se é em Fernando Sabino que Cecília busca suas influências, puta que pariu, por que esperei tanto tempo?

Pensando bem, melancolia não é exatamente o que sinto agora. Sinto-me surpresa. Um escavador que encontra um grande tesouro. Que não sabe ao certo o que fará com ele. Talvez observá-lo por algum tempo. Apenas observá-lo. Depois, compartilhá-lo. Em vão. Não há como compartilhá-lo, mas é possível mostrar o caminho para a descoberta desse tesouro que está sob os pés de todos nós. Não adianta, tem que ser uma descoberta individual e nada do que eu pense ou diga fará sentido. Vá fundo. Então, eis a chave, mas com uma condição: conte-me tim tim por tim tim da sua escavação. Cuide dela com carinho!

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