setembro 29, 2006

Por que o Frango Atravessou a Rua Mesmo?

(Por Sandra Nishida - Tia San - após comentários de um e-mail cômico)

oi amiga Juju!

é hilário né, eu dava risada lendo.

como vai vc? como estão as aulas, o emprego, a vida, as obrigações e os hobbies?

cada instante, aproveitado? olhar o dia, a noite, o transcorrer das horas?

tô meio poeta hoje! ontem dei aula até as 22:45, fui pra casa e meu pai estava acordado, fiquei vendo o debate dos candidatos na TV.

politica é algo que nao me atrai. nem um pouco, pq na teoria tudo é muito bacana, e numa mesa de bar a gente resolve tudo, mesmo nao bebendo...mas daí pra colocar em prática é complicado sim, o pior: vira retórica. Diz que diz, desmentido, acusação, querer fazer o adversario cair em contradição etc etc.

eles são nossos funcionários. programa de governo. candidato entra. e toda a sua horda. têm que mostrar resultado. se enrolar muito, cai fora. demitido. aí entra outro pra fazer o trabalho. com um adendo: se roubar, vai em cana. sem mais delongas.

nenhuma novidade pensar assim. é, reflexões de uma mesinha de lanchonete comendo pão-de-queijo e café, mas não em minas. aqui mesmo. sampa city.

saudade!!!!!!! precisamos combinar algo legal, light e cultural. eu tô louca pra ver o "retrato de dorian gray", lá no teatro popular do sesi. vamos combinar, num domingão??

bjão!

San

p.s.: desculpa os devaneios, eu tava querendo escrever sem pensar muito, saiu... ops!

setembro 25, 2006

Tá certo. Uma semana depois e todo mundo ainda fala da Cicarelli. Li uma crônica engraçada a respeito, mas não vou entrar em detalhes porque vão dizer que é protecionismo. Mas que poderiam deixar a moça de lado um pouco, ah, isso poderiam. Cicarelli não pode casar. Cicarelli não pode descasar. Cicarelli têm seis dedos no pé. Cicarelli deu na praia. Cicarelli foi subestimada pela Bruna Surfistinha. Que tal mudar de foco? Ei, olha eu aqui! Uma gordinha-sexy-fashion querendo atenção!!!!! Tudo bem, tudo bem, já tive meus quinze segundos de fama hoje. Uma menima me parou na rua (ohh!) pra perguntar a cor que passo no meu cabelo. É cereja, sim, cereja. Não chuchu. Cereja mesmo. E olha que hoje praticamente tomei banho de canequinha, não lavei o cabelo e mal o penteei. Imagine só quando meu cabelo for pink. Da próxima vez, perguntarei o nome da menina e escreverei um verso da Zelinha pra ela. Vou contar um segredo: isso aqui é uma tentativa de fuga. Ok, já passou. Vou me concentrar porque, falando em Zelinha, na próxima sexta terá homenagem ao Itamar. E a Cicarelli... bom, que garota de sorte!

setembro 18, 2006

O Herói Devolvido

Alguém aí está afim de trocar os lirismos literários por sangue?! Mas, ó, é sangue dos bons, tem que ter peito pra encarar. Vai fundo. Falo do Mirisola. Sim, o Marcelo. Ele tem um blogue agora, o Herói Devolvido. Encare aí: http://heroidevolvido.zip.net.
Fruto de uma Geração

Oh, sim. Uma camisa de linho gasta, não combinando com a calça jeans envelhecida. Uma sacola de plástico na mão esquerda e, na mesma mão, uma vareta de uns trinta centímetros. Na cabeça, praticamente todos os fios brancos. Na outra mão, um cigarro. No fundo dos olhos, a produção de um longa de quase setenta anos. No coração, muitas esperanças idas e as últimas escapando na fumaça enviada pelo pulmão. Nos pés, ah sim, nos pés um bom e velho All Star surrado. E talvez esta seja a essência do que eu gostaria de me tornar daqui a alguns anos. Não apenas uma imagem. Uma essência lapidada. Coisa de quem não está nem aí para os medos da vida. Coisa de quem é inconformado com o mundo. De quem é inquieto. Coisa de quem busca revolução.

Depois que você vira adulto, passa a entender muitos aspectos da vida. E deixa de compreender muitos outros também. O mundo prossegue e você tem que escolher. Está tudo numa prateleira de supermercado. Você segue escolhendo entre rótulos, marcas e embalagens, até que o coletivo escolhe por você. Quando pára pra ver, dá nisso: uma geração movida pela inércia. Pergunto: aonde está "o futuro do país"? Cadê aquela sede de se libertar? Cadê a herança dos famosos anos 60 e 70? Cadê a moçada na rua dizendo não para a política suja? Cadê a produção cultural focada no coletivo? Cadê quem se veste com a armadura da coragem e vai lutar pelo todo? Cadê aquela movimentação acadêmica? A música falando pela gente? Cadê? Cadê?

Cusiosamente, isso tudo não está na TV nem no cinema. Mal dá pra dizer que isso é coisa de filme ou de novela. Porque o Brasil deu a luz a uma geração burra e irracional. Uma geração umbiguista, é verdade. Uma geração emotiva demais e apolitizada. Sem manifestos. Sem argumentações de um mundo melhor. Uma geração acometida pela síndrome do "deixa a vida me levar". E a vida leva sim: do nada a lugar nenhum. E quando a crise é enfatizada, vai todo mundo pro analista.

Uma camisa de linho gasta, não combinando com a calça jeans envelhecida, e um bom e velho All Star nos pés. E fim.

setembro 12, 2006

Indignação

Sei quando e mais ou menos onde. Sei que não gostei. Não me lembro quem ou exatamente de onde. Mas sei que não deveria. Até promoveria um protesto direto na fonte. Mas sem informações precisas, registro minha indignação aqui mesmo. E ponto.

Foi ontem, por volta das 21h20, no Canal Brasil. Assim, fugindo do horário político. Ele era idoso e pediatra. Foi dito que era um dos fundadores da Associação Brasileira de Pediatria ou coisa parecida. E foi convidado a comentar o filme "Anjos do Sol". Justo. Foi bem sucedido, afirmando que a criança não movimenta a prostituição. Não é uma prostituta, mas sim prostituída porque existem ações de terceiros imperando sobre ela. Comentário inteligente. Afirmou também que o pedófilo não consegue entender o mal que causa à criança e à sociedade. Bom observador. Mas dizer que a pedofilia culminará como a homossexualidade? Que não duvida nada de, daqui a algum tempo, a pedofilia ser aceita, assim como a homossexualidade???

O que diabos acontece com a cabeça deste senhor?!

Tudo bem que nem mesmo o Papa é a favor de ambas as coisas. Mas, até aí, quem foi que disse que o Papa é um ser racional? Tudo bem, tudo bem. Deixemos a religião fora disso tudo. A comparação de um crime a uma essência humana é que não dá pra deixar de lado. Gostaria apenas que este senhor fizesse jus a todas as coisas inteligentes que, certamente, ele deve ter proferido até hoje, e se amparasse aos seus vários anos de estudos para refletir sobre a frase infeliz que foi capaz de liberar. Sinceramente, não acredito que ele seja crente de tal afirmação. Não. Não é.

setembro 04, 2006

Freudiando

Vez ou outra paro de ouvir música, de ler um livro, de acessar a Internet e de assistir à TV. Só de vez em quando. Então, uma explosão de sentimentos estranhos tomam conta de mim. Ora vergonha. Ora medo. Ora solidão. Ora confusão. Ora prazer amórfico. De repente, eu fico sem saber o que aliena mais: o fazer ou o não fazer. Então eu faço. E quando me arrependo, deixo de fazer. E me arrependo de novo.

Há pouco tempo eu quis ser uma estante de livros. Agora, eu quero ser uma flor. Daquelas que faz rir e chorar e nem por isso deixa de ser apreciada. Porque toda mulher é uma máquina de fazer rir e chorar, mas nenhuma é compreendida como se compreende uma flor. Só de olhar. Mesmo havendo vários manuais de instruções por aí. Agora eu queria ser uma flor e ter a vida simples e definida. Viver brevemente para todos os estágios do amor.