julho 27, 2004

Jaburu neles

Extra! Extra! Extra! Dizem as boas línguas que o Marcelino reinstituiu o PRÊMIO JABURU DE PROSA E POESIA!

Quer fazer um bem para o meio literário? Quer mesmo? Então, clique bem aqui e não faça cerimônias para indicar a pior obra literária que você leu nos últimos tempos.

Não tenha dó. Indique o nome da obra e seu criador que os leitores encarecidamente agradecem.


Li-te-ra-tu-ra

Literatura. Literatura. Literatura. Há assunto mais envolvente que Literatura? É pauta em todas as rodas de amigos, em sala de aula, nas boates, na fila do banco, em tudo. Ah, você duvida? Tudo é literatura, my darling. Tudinhô. Você abriu a boca, pronto: virou história.

Música é literatura. Sim, sim, literatura em movimento, é verdade. Mas é literatura sim. Pensamento também é e, se não foi escrito ou mencionado, é literatura não revelada. Mas é.

Tudo nessa vida tem um desfecho. Tudo tem começo. Tá bom, eu confesso, nem tudo tem um fim. Mas eu não ia dizer isso. Sério! A literatura, monsenhor, está aonde você quer que ela esteja. Pode ser aí ao seu lado ou aqui, na minha mente perturbada. Ela não larga do nosso pé e isso não tem nada a ver com gostar ou não de ler. Se você esquece dela, ela lembra de você. E pronto.

É um ciclo. Vicioso não. A literatura é um ciclo virtuoso.

julho 23, 2004

Terráqueos com a cabeça em... Marte

Muito prazer, Guaíba!

No elevador panorâmico...

- Você já foi apresentado ao Guaíba? - perguntou a moça que o recepcionava.
Zé, que além de bom profissional era educado na presença de desconhecidos, dirigiu-se ao ascensorista do elevador:
- Muito prazer, José!
A moça, que também era muito educada, mas não contendo a risada explicou:
- Ah, sim, este é o Sr. João. E à sua frente, temos o Rio Guaíba.

***

Viciada em literatura

Julio liga para Isabela...

- Oi, Isa, tudo bem?
- Tudo. O que manda?
- Meu, aqui está uma correria. Os alunos estão organizando a participação nos jogos universitários e estão atrás de patrocínio. Sabe quem irá patrociná-los?
- Não faço idéia...
- Daslu.
- Caraca, que legal!
- Sabe quem é, né?
- Ai, claro que sei. Daslu - grande poeta!

***

Ingenuidade estantil

Marcelo e suas amigas combinando um cineminha...

- E então, pessoal, já decidiram qual filme veremos?
- Ah, eu só vou ao cinema pra pagar meia.
- Se for assim, não contem comigo!
- Por quê?
- Que isso! Ir ao cinema, assistir meio filme e ir embora!? Ah, não...

***

Balde de água fria

Numa mesa de bar...

- Nossa, já são oito horas. Preciso ir. Meu chuveiro queimou e preciso providenciar um urgentemente.
- Relaxa, fica mais. Sabe o que você pode fazer?
- O quê?
- Pega o seu carro, vai no posto da rua de cima e enche o tanque. Eles estão com uma promoção assim: "Encha o tanque e ganhe uma ducha!"

julho 20, 2004

Seção Publicidade

1. Quase amiga de Clarah Averbuck

Eis parte da dedicatória que Clarah deixou no meu "Vida de Gato", no lançamento oficial, ontem, na Fun House. Muito simpática e descontraída, ela recebeu amigos e amigos dos seus amigos, para uma noite de autógrafos e muita cerveja, vinho e afins. E, quem compareceu, também teve a oportunidade de ver a performance de Catarina, a Pequena que revelou-se, transformando-se em Catarina, a Pequena Dançante.

"Vida de Gato" é o terceiro livro de Clarah Averbuck, publicado pela Editora Planeta. Foi gerado em cerca de três meses, ainda na época em que o falecido Brazileira!Preta fazia acontecer na blogsfera. Logo no começo da obra, você já adentra no universo teen conturbado e contra-indicado em caso de preconceitos vários que você possa vir a ter contra jovens-mães-escritoras-tatuadas.

Em seu "Vida de Gato", Clarah Averbuck atesta mais uma vez que estilo e personalidade também são fatores cruciais para uma boa literatura e, sobretudo, para a descoberta da nova literatura. Clarah é, atualmente, a escritora que mais atinge o público jovem no Brasil e, conseqüentemente, o arrasta para o universo literário, coisa que seus piores críticos não conseguem enxergar. Ou não querem enxergar, amparados por um tradicionalismo idiota. Não. Você me entenderá mal apenas se quiser. Não estou renegando os clássicos. Viva os clássicos! Viva os contemporâneos!

Quer entender tudo isso que eu disse aí em cima? Leia Clarah Averbuck.

2. Paralelo de Luiz Esposto

Sim, ele mesmo. O cara que mais pisou no meu pé na faculdade. O cara que me tirava do sério quando ousava interromper as minhas prosas em sala de aula. O cara responsável por um dos momentos mais engraçados na Uniabc, quando confundiu insulfilme com tarde de temporal. O cara que quase me convenceu a ser professora de verdade (e que, inconscientemente, continua tentando). O cara que tem a paixão como educação e educação como paixão.

Luis Esposto resolveu compartilhar com a gente suas experiências e expectativas na área educacional, vividas dentro e fora da sala de aula. Decidiu compartilhar teorias, suas ou não, e seu intelectualismo refinado. Tenho o orgulho de lhes apresentar o Paralelo. Espero que gostem!

julho 19, 2004

Os filhos da gota

Corre, moleque! Olha lá, tem lugar na janela. Cuidado com a moça, ô filho da gota serena!

Ai, não abre. Está tudo emperrado.

Se fizer barulho, desce todo mundo. Tô avisando!

Podexá, ô fio do chico! O motô tá estressado, tá vendo?

Noooossa, tô até vendo minha mãe quando eu chegar em casa: "Aonde você estava até agora, Derrota?" "Mas é um desgraçado, um fio da moléstia mesmo!"

Caramba, você fala igualzinho. E meu pai? Vai querer me arrancar o couro...

Nem sei aonde eu vou dormir. A v... da minha irmã já deve ter pegado minha cama. Se eu não tô lá na hora de dormir, já era.

Mas também, ô gota serena, você tem um monte de irmão!

Eu tenho SEIS irmãs!

Vixi, a mãe dele é uma parideira!

Fica quieto aí, ô mané. Você não sabe de nada. Meu pai tem duas mulheres, né?

E mora com as duas??

Daarrrd!! Claro que não, só com minha mãe.

Olha a batida! Caramba, como é que o carro foi parar daquele lado?

Olha ali o bombeiro!

Ai, mas é um burro mesmo. Como o carro foi parar daquele lado? Com a mão, né, estrupício!

Ah, sim, com a mão. Mas como tu é burro, moleque!

Se continuar o barulho, desce todo mundo. Tô avisando!

Cala a boca aí, ô Derrota!

Ei, vamos descer em Diadema?

Pra quê?

Xiii, a menininha tá morrendo de medo.

Vamos aí. Dá o sinal!

- Valeu, motô!
- Tchau, fio do chico!
- Valeu, ô filho da gota!

julho 13, 2004

O encontro marcado

Melancolia. Deve ser porque acabei de ler mais um livro. Talvez o melhor que tenha lido até hoje. Aquele que condiz com as incertezas humanas, que oferece familiaridade com nossos conflitos, que aplica justificativas para o que você queira justificar. Devo estar sendo exagerada como sempre, mas talvez a história de Eduardo Marciano seja a minha biografia, a sua e a desse infeliz aí do seu lado.

O livro partiu das melhores indicações que eu poderia receber - Olá, tudo bem? Conheci você por meio do fulano de tal, do blogue tal, do texto tal. Parabéns! - geralmente, minhas palavras são bem mais entusiastas, mais sensíveis e geram um efeito muito mais verdadeiro, como de fato o é pra ser. E o retorno também é produzido por efeito semelhante. Às vezes, nem pelas minhas palavras, mas por ele mesmo, o sobrenome - Oi, Juliana! Obrigada pelas palavras et cetera e tal. Marciano é o nome do personagem que mais gosto do Sabino. Você já o leu? Se ainda não, vale a pena.

Marciano. Eduardo Marciano. Dúvida-procura-busca-encontro. O encontro Marcado. Até a quinta recomendação eu ainda não havia lido, mesmo tendo decidido ler na primeira, aliás, recomendação gerada por uma paixão. Fazia tempo que não via alguém tão empolgada com um escritor. E se é em Fernando Sabino que Cecília busca suas influências, puta que pariu, por que esperei tanto tempo?

Pensando bem, melancolia não é exatamente o que sinto agora. Sinto-me surpresa. Um escavador que encontra um grande tesouro. Que não sabe ao certo o que fará com ele. Talvez observá-lo por algum tempo. Apenas observá-lo. Depois, compartilhá-lo. Em vão. Não há como compartilhá-lo, mas é possível mostrar o caminho para a descoberta desse tesouro que está sob os pés de todos nós. Não adianta, tem que ser uma descoberta individual e nada do que eu pense ou diga fará sentido. Vá fundo. Então, eis a chave, mas com uma condição: conte-me tim tim por tim tim da sua escavação. Cuide dela com carinho!

julho 12, 2004

Uh, cadê, a Juliana sumiu!

Não, pessoal, não sumi não. Ainda não! O Proseando continua. Tem que continuar, com o ritmo que satisfaça a todo mundo, claro. A questão é que a proseadora aqui está meio sem ritmo. Mas continuo observando a vida por aí, nos coletivos, nos shows, bares e nos mundos protegidos pelas páginas de bons livros. Tem um montão de coisas às quais gostaria de comentar: novas amizades, novas trilhas sonoroas, novas cabeçadas, enfim, aguardem! Uma hora, essa minha inconstância deixa de ser uma constante. Amanhã, quem sabe?

Beijo grande,

Ju

julho 01, 2004

Incenso Fosse Música
(Paulo Leminsk)

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além